Cemig implanta estrutura para a devolução de peixes no rio Araguari.
Peixoduto instalado na Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Pai Joaquim garante segurança aos colaboradores e auxilia na preservação de peixes que habitam a região.
A preservação da vida é um valor que deve se estender a todas as espécies. É por isso que cuidados com a fauna e a flora existentes nas proximidades das usinas hidrelétricas também são uma prioridade na Cemig, principalmente quando a natureza local apresenta mudanças no curso dos rios.
Desde 2013, uma equipe da Empresa acompanha a diminuição do nível das águas do Rio Araguari, onde está a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Pai Joaquim, cujo nível de jusante encontra-se, atualmente, 15 metros abaixo de seu nível normal. Ao decorrer do tempo, a equipe constatou que a baixa do rio impedia o acesso ao canal de fuga da usina por profissionais responsáveis por inspeções e a soltura de peixes que, em determinadas épocas do ano, se aglomeram neste local.
Com o desafio de garantir mais segurança ambiental à usina e aos peixes da região, foi proposto a adequação da declividade e o prolongamento de uma rampa que já existia no local e a criação de uma espécie de canal onde os peixes são lançados para percorrer o caminho de volta ao rio (confira a foto para visualização da estratégia).
Segundo a engenheira de meio ambiente da Cemig, Iara de Castro e Oliveira, além da preservação da fauna, a implantação do projeto também trouxe benefícios como a possibilidade de acesso ao rio por embarcações e pessoas, por meio da rampa de acesso, e também de moldar a estrutura do peixoduto de acordo com as variações do nível de água do local.
“Antes da implantação desta melhoria, também tínhamos dificuldade de fazer coletas para o monitoramento da qualidade da água no canal de fuga, que é de suma importância para avaliar os impactos da operação desta usina na qualidade da água do rio Araguari. Além disso, o fácil acesso ao canal de fuga agora nos permite monitorar o movimento de cardumes próximo a unidade geradora e a medir os riscos às espécies que vivem no local de cada operação realizada na usina”, afirma.
Quando um peixoduto é necessário?
Ainda segundo a engenheira de meio ambiente, a realização de manutenções nas unidades geradas exige, em alguns casos, a paralisação das atividades da usina e a drenagem de toda a água do circuito hidráulico de tais unidades. “Com a interrupção da vazão turbinada, os cardumes presentes no canal de fuga podem adentrar à unidade geradora e ficar aprisionados quando há a realização de sua drenagem. É nesses casos que é necessário o resgate desses peixes e a sua devolução à natureza”, explica Iara de Castro e Oliveira.
No caso da PCH Pai Joaquim, foram resgatados vivos 51 quilos da espécie Mandi na última manutenção da unidade geradora, realizada em junho deste ano. Vale ressaltar que esse processo só é feito quando há intervenções na unidade que exijam a sua drenagem, sendo o peixoduto utilizado, na maioria das vezes, de forma programada.
Inovar com simplicidade
O projeto de criação do peixoduto é fruto de um estudo que considerou soluções simples e de custos otimizados que, ao mesmo tempo, trazem resultados ágeis, seguros e de baixo impacto à fauna.