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CONSERVAÇÃO DA FLORA

Ações e programas para recomposição e cuidados com a vegetação.

A vegetação possui grande relevância no contexto ambiental e social de qualquer município. Está diretamente relacionada à conservação da água e do solo, ao equilíbrio climático, ao bem-estar e qualidade de vida dos moradores, principalmente envolvendo acesso aos espaços públicos arborizados. Proporcionar equilíbrio entre o desenvolvimento dos municípios e a conservação dos ecossistemas naturais é uma das tarefas assumidas pela Cemig por meio de programas e projetos de recuperação e recomposição da flora, manejo e gestão da arborização urbana.

Produtos importantes elaborados em parcerias com outras instituições, estão disponíveis para download:

Arborização urbana.
Manual de Arborização.

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO CILIAR

Nosso Programa de Reflorestamento Mata Ciliar começou em 1990. Por meio de um convênio entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Companhia Energética de Minas Gerais, seu objetivo principal era a geração de tecnologia em recomposição de matas ciliares às margens dos reservatórios.

Os nossos projetos de restauração de mata ciliar foram implementados inicialmente no reservatório da UHE Volta Grande, em 1991, priorizando o desenvolvimento de tecnologias para a produção de mudas. Muitos desafios foram enfrentados para dominar as técnicas de produção de mudas nativas. A UFLA desenvolveu diversos projetos de pesquisas, que contribuíram para a definição das espécies que melhor se adaptariam às condições do reservatório de Volta Grande.

No período de 1992 a 2005 foram plantadas 705.263 (setecentas e cinco mil, duzentos e sessenta e três) mudas, em um total de aproximadamente 480,00 ha. Além da parceria com a UFLA, proprietários das terras às margens do rio também caminharam lado a lado do projeto. Foram realizadas várias atividades de campo envolvendo os proprietários, sindicatos rurais, Emater, IEF. O programa foi amplamente divulgado através de folders, palestras, imprensa, etc.

 

COMPENSAÇÃO FLORESTAL

Vale ressaltar que, com a formação dos grandes reservatórios das usinas hidrelétricas, cria-se às suas margens um grande perímetro, normalmente, desprovido de formações florestais. Quando existentes, estas formações são constituídas por espécies adaptadas a um ambiente mais seco e, portanto, pouco adaptadas à alta umidade do solo em função da elevação do nível do lençol freático e oscilações do nível do reservatório.

Esta nova conformação do ambiente cria a necessidade de implantação, recuperação e conservação das matas ciliares do entorno dos reservatórios para manutenção dos processos ecológicos.

Há quase 30 anos, a Cemig vem desenvolvendo, em parceria com universidades, diversas pesquisas que têm dado suporte aos programas de implantação de matas ciliares no entorno de seus reservatórios. Por meio dos Programas de P&D, a Companhia tem buscado estudar e propor inovações frente aos desafios tecnológicos do setor elétrico. A parceria com os produtores rurais do entorno de seus reservatórios tem sido fundamental para o sucesso dessas ações.

A Cemig busca implementar estratégias para compensar o desmatamento decorrente de suas atividades de expansão da Distribuição, se comprometendo com o plantio de espécies vegetais nativas e na recuperação de áreas degradadas. Para tanto estabeleceu metas e prazos para as compensações florestais cujas progressões são apresentadas no Quadro 1, considerando plantio e manutenção, desde o ano de 2020 nos empreendimentos da Cemig Geração e Transmissão S.A. e na Cemig Distribuição S.A..

Quadro 1 – Compensação Florestal: Metas e Cumprimento por Biênio na Cemig GT e Cemig D

Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento

Em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), foi desenvolvido também, entre os anos de 2012 e 2016 o P&D 484, que teve como principal objetivo avaliar o grau de sustentabilidade de matas ciliares em diferentes estágios sucessionais do Reservatório de Volta Grande através de índices obtidos a partir de análises temporais e espaciais de processos ecossistêmicos e da biodiversidade.

Essa análise sistêmica permitiu avaliar a efetividade dos diferentes métodos de reflorestamento aplicados nas áreas, nos últimos 20 anos. Os resultados deste trabalho estão disponíveis no livro “Restauração e conservação de matas ciliares em reservatórios hidrelétricos – Importância para a conservação da biodiversidade e processos ecológicos”, que foi amplamente distribuído entre a comunidade acadêmica, empresas de setor elétrico, órgãos ambientais e demais interessados e segue sendo utilizado amplamente como referência bibliográfica.

Os resultados obtidos por meio do P&D 484 demonstram que as áreas reflorestadas do entorno do reservatório da UHE Volta Grande, apesar de não terem sido restauradas com o propósito específico de recuperar a biodiversidade, processos ecológicos e serviços ecossistêmicos apresentam hoje esse conjunto de elementos, importantes para sua “sobrevivência”.

Os principais benefícios do programa de reflorestamento do reservatório de Volta Grande foram melhoria do ambiente físico, controle de erosão, manutenção da fertilidade do solo e de ciclos hidrológicos, aumento da biodiversidade vegetal e da fauna, aumento da biodiversidade de invertebrados aquáticos, da produtividade da vegetação e da fixação de carbono, trazendo benefícios diretos para a vida humana.

Atualmente contamos também com a Estação Ambiental de Itutinga (EAITU), que está situada no município de Itutinga, no Km 306 da BR 265, entre os barramentos das UHEs Itutinga e Camargos, próximo às cidades de Lavras e São João Del Rei. Foi inaugurada em julho de 1994, com uma área de 3,52 hectares e sua infraestrutura compreende 01 (um) Laboratório de Piscicultura e 01 (um) viveiro de mudas.

O Viveiro de mudas trabalha com espécies nativas recomendadas e identificadas em dois grupos: Pioneiras (PI), de crescimento rápido e que produzem frutos atrativos à fauna e Clímax (CL), exigentes de luz, são aquelas espécies de crescimento intermediário e que aparecem no último estágio de sucessão de florestas.

A produção de mudas se dá pelo processo de semeio ou estaquia, sendo que as sementes e estacas são coletadas na região no entorno da Estação Ambiental. Após a germinação das sementes ou brotação das estacas em casas de vegetação, estas são transferidas para tubetes e são cultivadas até atingirem tamanhos médios entre 30 e 40 cm, dependendo da espécie.

Está prevista uma produção mínima mensal (de janeiro a novembro de cada ano) de 2.500 mudas/mês de espécies nativas, sendo 50% com espécies pioneiras (PI) e 50% com espécies clímax (CL) totalizando 22.000 mudas/ano, considerando uma perda média de 10% ao ano. Essas mudas de nativas produzidas serão usadas para revegetação em plantio de matas ciliares, recuperação de áreas degradadas e para proteção de nascentes.

A Estação também fornecerá suporte a atividades relacionados às práticas do PEA (Programa de Educação Ambiental) das Usinas de Itutinga e Camargos, conforme demanda, através de visitas monitoradas de estudantes e outros interessados, e também treinamentos nas áreas de piscicultura e silvicultura.

 O P&D GT551, “Caracterização de ecossistemas de referência e implantação de modelos de recuperação de áreas degradadas na RPPN Fartura”, ocorreu entre os anos 2013 e 2018 e foi constituído através de uma parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais- FAPEMIG, da CEMIG Distribuição S.A e da CEMIG Geração e Transmissão S.A. Ele teve como objetivo atender as demandas por informações sobre técnicas e procedimentos envolvidos no processo de recuperação de áreas sob diferentes tipos e intensidade de degradação e controle de plantas invasoras nas áreas da RPPN Fartura, no município de Capelinha, MG. Visou, também o fortalecimento do grupo de pesquisa em conservação e restauração de ecossistemas. 

Além disso, visou estabelecer parâmetros de referência em remanescentes não alterados na RPPN Fartura, de modo a gerar informações que norteiem as avaliações dos projetos de recuperação de áreas degradadas, além de implantar e testar diferentes técnicas e modelos de recomposição da cobertura vegetal nas diferentes áreas da RPPN Fartura. 

Dentre os produtos do P&D, podemos citar as obras: 

 

Com o projeto, foi possível gerar como principal resultado o desenvolvimento de tecnologia para a convivência e controle de espécies invasoras e restauração florestal de áreas de Mata Atlântica na área da RPPN Fartura em Capelinha – MG.  

Além de gerar informações sobre os ecossistemas de referências áreas de Mata Atlântica em diferentes estágios de conservação que poderão ser utilizadas como pomares de sementes em programas de restauração na região do alto Jequitinhonha.

Tais informações são de extrema importância do ponto de vista da preservação e conservação da biodiversidade no estado de Minas Gerais. 

Durante a construção da Usina Hidrelétrica de Emborcação (UHE), no período entre 1977 e 1981, uma área de Cerrado, pertencente ao distrito de Pedra Branca, município de Catalão, Goiás, foi utilizada como área de empréstimo para extração de argila para a construção do barramento da usina.

Após a finalização das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Emborcação (UHE) em 1981, a Cemig utilizou técnicas para a reabilitação da área de empréstimo, implantando uma cobertura vegetal do solo e estabilizando a área, tendo esta sido vendida a terceiros em 1987.

Dessa forma, a fim de promover a recuperação da referida área, o projeto de pesquisa: “Estratégias para acelerar a sucessão ecológica em áreas degradadas no entorno da UHE Emborcação: serviços ecológicos executados por animais, em favor da restauração ambiental”, foi proposto e iniciado em 02 de agosto de 2018 com duração de 48 meses, sendo finalizado em agosto de 2022. Contou, em seu desenvolvimento, com a participação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade de Brasília (UNB), Fundação Gorceix e a Cemig Geração e Transmissão S/A (CEMIG GT).

Este projeto teve como objetivo propor e testar técnicas de recuperação de áreas degradadas, utilizando novas tecnologias e visando à instalação de ilhas de sucessão ecológica, utilizando a fauna como fonte de espécies colonizadoras, no âmbito da UHE Emborcação.

O Projeto de pesquisa foi composto por 12 subprojetos. Os resultados desse P&D encontram-se no livro: “Estratégias para acelerar a sucessão ecológica em áreas degradadas no entorno da UHE Emborcação”, que foi amplamente distribuído entre a comunidade acadêmica, empresas de setor elétrico, órgãos ambientais e demais interessados e segue sendo utilizado amplamente como referência bibliográfica.

Dentre os resultados obtidos, destaca-se a eficácia da aplicação da metodologia de transposição de topsoil, que se apresentou como uma metodologia de baixo custo para a recuperação da área. Outra metodologia que poderíamos citar seria a da utilização de besouros rola bosta, como dispersores secundários de sementes, sendo uma técnica complementar para a recuperação destas áreas. Destaca-se, também a utilização de poleiros artificiais associados a outros tipos de atrativos, como abrigo e/ou itens alimentares, para a atração de aves dispersoras de sementes na área, que contribuem para a recuperação do ambiente.

Ressalta-se que os resultados obtidos durante esse Projeto de Pesquisa, contribuem sobremaneira com a ciência da Restauração de Áreas Degradadas, principalmente no que tange a empreendimentos hidroelétricos.

ESTAÇÃO AMBIENTAL DE ITUTINGA

Estação Ambiental de Itutinga (EAITU), inaugurada em julho de 1994, com uma área de 3,52 hectares, possui uma infraestrutura que compreende 01 (um) Laboratório de Piscicultura e 01 (um) viveiro de mudas.  A Estação está situada no município de Itutinga, no Km 306 da BR 265, entre os barramentos das UHEs Itutinga e Camargos, próximo às cidades de Lavras e São João Del Rei.

O Viveiro de mudas trabalha com espécies nativas recomendadas e identificadas em dois grupos: Pioneiras (PI), de crescimento rápido e que produzem frutos atrativos à fauna e Clímax (CL), exigentes de luz, são aquelas espécies de crescimento intermediário e que aparecem no último estágio de sucessão de florestas.

A produção de mudas se dá pelo processo de semeio ou estaquia, sendo que as sementes e estacas são coletadas na região no entorno da Estação Ambiental. Após a germinação das sementes ou brotação das estacas em casas de vegetação, estas são transferidas para tubetes e são cultivadas até atingirem tamanhos médios entre 30 e 40 cm, dependendo da espécie.

Está prevista uma produção mínima mensal (de janeiro a novembro de cada ano) de 2.500 mudas/mês de espécies nativas, sendo 50% com espécies pioneiras (PI) e 50% com espécies clímax (CL) totalizando 22.000 mudas/ano, considerando uma perda média de 10% ao ano. Essas mudas de nativas produzidas serão usadas para revegetação em plantio de matas ciliares, recuperação de áreas degradadas e para proteção de nascentes.

A Estação também fornecerá suporte a atividades relacionados às práticas do PEA (Programa de Educação Ambiental) das Usinas de Itutinga e Camargos, conforme demanda, através de visitas monitoradas de estudantes e outros interessados, e também treinamentos nas áreas de piscicultura e silvicultura.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

As Unidades de Conservação são espaços protegidos por lei os quais objetivam a preservação e conservação da natureza. A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC o qual define critérios e diretrizes para a criação, implantação e gestão dessas áreas protegidas.

As unidades de conservação se dividem em dois grupos denominados Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo é preservar a natureza, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais e Unidades de Uso Sustentável que combinam a conservação da natureza com o uso sustentável.

Destaca-se na categoria de Unidades de Uso Sustentável a RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, que é uma área privada, no qual é firmado um termo de perpetuidade entre o órgão ambiental e o proprietário, sendo esse averbado na inscrição no Registro Público de Imóveis. O objetivo das RPPNs é conservar a diversidade biológica contribuindo para a ampliação das áreas protegidas no país com a possibilidade de colaboração da iniciativa pública e privada. Nela, são permitidas as pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme previsto no Plano de Manejo da unidade.

A Cemig possui três RPPNs no estado de Minas Gerais, sendo a RPPN Galheiro localizada na região do triângulo mineiro, a RPPN Coronel Domiciano na porção sul do estado e a RPPN Fatura no norte de Minas, região do Vale do Jequitinhonha.

RPPN Usina Coronel Domiciano

A RPPN Usina Coronel Domiciano está inserida nos territórios dos municípios mineiros de Muriaé e Rosário da Limeira. Esta reserva foi criada no ano de 2000, sendo reconhecida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) através da portaria IEF nº 18/00. A mesma está localizada na região da Zona da Mata Mineira, inserida no bioma Mata Atlântica e possui grande importância para a conservação de espécies da fauna e flora pertencentes a esse bioma.

O plano de manejo da RPPN Usina Coronel Domiciano foi aprovado pelo Instituto Estadual de Florestas IEF no ano 2021 e prevê os seguintes programas:

  • Programa de Proteção
  • Programa de Educação Ambiental e Visitação
  • Programa de Recuperação de Áreas Alteradas
  • Programa de Pesquisa Científica

A CEMIG Geração Sul, executou algumas atividades na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Usina Coronel Domiciano no período entre agosto de 2022 e agosto de 2023, com o objetivo de atender o Programa de Proteção, o Programa de Recuperação de Áreas Alteradas e o Programa de Pesquisa Científica estabelecidos no Plano de Manejo da unidade:

  • foram reconstruídos/reformados 4.700 metros de cerca de arame liso;
  • realizada a limpeza da área de cercamento através da manutenção do aceiro existente;
  • construídas cinco unidades de leiras, com aproximadamente 2 m² de extensão cada, com o intuito de promover microhabitats para a fauna local;
  • transposição de 06 parcelas de solo rico em nutrientes, obtido em áreas selecionadas dentro da própria área da RPPN, favorecendo a regeneração natural de plântulas;
  • realizadas visitas nas instituições municipais de Muriaé e Rosário da Limeira e distribuição de materiais educativos;
  • instalação de placas informativas;
  • orientações aos visitantes com entrega de material educativo;
  • visita dos professores do Instituto Federal à RPPN para alinhamento da execução de projetos de pesquisa científica.
(Publicado em 05/09/2023)

      

 

RPPN GALHEIRO

A Reserva Particular do Patrimônio Natural Galheiro foi criada em 1995 pela Portaria nº 73-N do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e está situada no município de Perdizes, Minas Gerais. Nessa região, a vegetação nativa é composta por um mosaico de fitofisionomias como a Savana Florestada, a Savana Arborizada, as Matas de Galeria, entre outras. É uma área de grande importância biológica, que guarda um patrimônio vegetal para a região do Triângulo Mineiro e para o Brasil, com aproximadamente 2.700 ha.

Os estudos de levantamento da flora na Reserva Particular do Patrimônio Natural Galheiro têm demonstrado grande riqueza de espécies do bioma Cerrado e uma contínua variação na composição florística ao longo de sua extensão, característica muito relevante para a preservação da fauna da região. Nessa RPPN, já foram catalogadas mais de 1.200 espécies e 148 famílias de plantas.

Atualmente, essa reserva conta com um Plano de Manejo, publicado em 2015 pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e atualizado pela Cemig em 2022. Dessa forma, na unidade são desenvolvidas diversas atividades relacionadas à educação ambiental e estímulo à pesquisa científica. Sinalização educativa, com placas de impacto visual aos visitantes, coleta seletiva e manutenção dos alojamentos para recepção de estudantes e pesquisadores são algumas delas.

 

RPPN FARTURA

No município de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a Cemig mantém a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Fartura. A Unidade de Conservação de Uso Sustentável, que possui uma área de 1.455 ha, foi criada em 2009 pela Portaria nº 189 do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), consolidando a destinação perpétua da propriedade como reserva.

Durante o processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica Irapé (Usina Presidente Juscelino Kubitschek), localizada no rio Jequitinhonha, houve a necessidade de reassentar as comunidades de Jacuba e Bocaina, ambas situadas em Turmalina (MG). Para tanto, foi adquirido um terreno no município de Capelinha no qual havia um importante remanescente de Mata Atlântica, cuja riqueza de fauna e flora deveriam ser preservadas principalmente por estar em uma zona de ecótono (transição ambiental) com o bioma Cerrado. Assim, foi firmado um acordo com o IEF para transformar o local denominado Fazenda Fartura em área protegida, dando origem à RPPN.

De acordo com o levantamento realizado pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em 2016, a região apresenta 278 espécies, pertencentes a 144 gêneros e 55 famílias botânicas. Entre as espécies registradas, 17 ainda não foram identificadas. O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento, P&D 551, intitulado Caracterização de Ecossistemas de Referência e Implantação de Modelos de Recuperação de Áreas Degradadas na RPPN Fartura, foi encerrado em 2018 e produziu livro e cartilhas contendo importantes orientações sobre sistemas agroflorestais, nascentes, queimadas, dentre outro. O material pode ser acessado logo abaixo, na sessão anexos.

Nessa RPPN, também são realizadas pela Cemig ações dentro do Programa de Educação Ambiental para conscientização dos cuidados e da conservação dos recursos naturais e culturais da unidade de conservação e seu entorno. O Plano de Manejo da reserva prevê também a proteção da área e prevenção contra incêndios, atividades que estão sendo mantidas pela Cemig, além do estímulo às pesquisas científicas cuja parceria com a UFVJM tem gerado importantes dados científicos sobre a flora da região.